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UM HOMEM TAMBÉM PODE DAR NOME A UM MOVIMENTO FEMINISTA

UM HOMEM TAMBÉM PODE DAR NOME A UM MOVIMENTO FEMINISTA

As coisas estão de mal a pior. O mundo já não é o que era. Onde está o respeito? Devias ter vergonha!  As mulheres, as mulheres… Então e os homens? Modernices, logo passa. E a falta de emprego, disso ninguém fala. Onde é que já se viu um homem feminista. 

Podia continuar umas quantas mais linhas, mas para quê? Não estou aqui para fazer nenhum juízo social, bem pelo contrário. Falo disto porque dentro de uma sociedade tão polarizada em que todos opinam e poucos põem as mãos na massa, um grupo de pessoas fintou a inércia a que todos estamos sujeitos e, de forma voluntária, começou a lutar pela igualdade de género. 

Se me perguntam se sou feminista: sim, sou e é por acreditar que devíamos todos ser, mulheres e homens, que com todo o prazer ajudei a dar nome a este movimento.

Mas como é que um homem dá um nome a um movimento feminista?  

Se fosse fácil, já toda gente seria feminista ou, pelo menos, não compactuaria ou desvalorizaria certos comportamentos e injustiças que as mulheres em Portugal e em todo o mundo sentem na pele diariamente. 

Mas para mim, o mais importante é colocarmo-nos no lugar da mulher e procurarmos perceber, por mais difícil que seja, aquilo que sentira se fosse eu a ser apalpado enquanto passeava na rua ou se me fosse recusada a promoção a Partner de uma empresa apenas porque sou mulher e posso engravidar daqui a uns anos. 

Foi o que eu fiz. E, enquanto pensava no quão revoltado me sentiria e na estupidez que é aceitar estas situações, vieram-me à cabeça as histórias que as pessoas do movimento me contavam e as frases com que todas terminavam: não faz sentido ou é tão injusto, mas, sobretudo, achas isto normal? E foi aí que fiquei preso.

Porquê? Porque foi nesse momento que entendi que a grande força deste movimento estava no combate à anormalidade, ou seja, na luta contra comportamentos que eram vistas como normais, mas não o eram. E que, por isso mesmo, o nome tinha de ser mais do que um nome, devia ser uma afirmação, um statement forte e objetivo que nomeasse situações anormais que ainda acontecem sobre as mulheres hoje.

E, sem mais nem menos, foi assim que um homem deu nome a um movimento feminista: #NãoéNormal.

Agora, segue-os nas redes e junta-te a esta causa: 

Trabalho: Freelancer
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